"O mercado Brasileiro de Rádio sempre foi alvo de interesse de intensas pesquisas". Será mesmo? Recentemente ouvi de um professor que o panorama de pesquisas sobre o mercado radiofônico nacional sempre foi rico e com diversos dados. Comecei a questionar o fato pois no decorrer de minha monografia e de outros artigos que publiquei, senti uma imensa dificuldade em tentar mapear a realidade por trás do rádio Brasil afora. Não que o país não tenha pesquisas desenvolvidas sobre isso, Basta entrarem em papers da Intercom que vocês encontrarão diversos exemplos.
Mas comecei a questionar outra coisa também, A mudança no mercado musical e por conseguinte, no rádio com o processo de digitalização. Há alguns dias conversei com um importante pesquisador deste país, professor Dr. César Bolaño que me abriu os olhos quanto ao "gap" que existe quando comparamos cronologicamente a televisão e o rádio, não só no decorrer de sua história mas principalmente com a chegada da Internet e do avanço tecnológico.
Partiremos do contexto de que, com a Internet de massa (quando ela sai dos projetos militares, universidades e governo) uma nova esfera (pública??) surge e a demanda cresceu e assim vem crescendo. Isso ocorreu entre os anos de 1994 à 1996. Anos em que no Brasil, chega o serviço de televisão privado (Tv a cabo), surgimento de provedores como o UOL e a Internet começa a se alastrar no mundo e no Brasil.
Esses anos são tão importantes para a história do processo de digitalização dos meios de comunicação de massa quanto foi por exemplo, a televisão, e o rádio há algumas décadas atrás. Tão em conformidade faço esta afirmação que volto ao que a pesquisadora Nair Prata nos diz em um de seus artigos que, a primeira rádio na rede, surge no ano de 1994/95 nos Estados Unidos, no Brasil só apareceria aqui em 98.
Estamos em 2011 e já temos então uma linha temporal importante. O processo de produção de notícias para o rádio mudou esse período e uma das maiores mudanças com certeza se deve ao preço que pagou a indústria fonográfica. A mp3 e os diversos modelos de players e padrões digitais transformaram em pouco tempo os estúdios das rádios, exigindo uma modelagem mais precisa do profissional que se depara cada vez mais com o termo "convergência tecnológica" desde então.
É algo que devemos olhar com cuidado daqui pra frente!