domingo, 27 de março de 2011

O que o Brasil deve à Landell...

Na última quarta-feira (23), esteve em Aracaju o professor e Jornalista Hamilton Almeida, responsável pelo livro sobre a vida e obra de Roberto Landell de Moura. Almeida veio à cidade ministrar uma palestra sobre a importância do padre gaúcho para, não só a radiodifusão nacional, mas global em virtude dos diversos experimentos que Landell realizou antes mesmo das transmissões iniciadas por Marconi em Londres ou pelas patentes do russo, Nikola Tesla.

Landell, como lembrou muito bem Milton JUNG (2007) foi tido como maluco ao realizar diversos experimentos com a transmissão de sons através de placas de aço no Brasil que vivia em um período de diversas agitações, ainda em fins do século XIX. Em 1893, seus experimentos foram exibidos na cidade de Campinas /SP deixando parte de seus moradores boquiabertos na época.

É dedicado à Landell, a criação do Anematófono (uma espécie de telefone sem fio) na época, e por esse invento, foi registrada patente em seu nome no Brasil em 1900 e nos EUA em 1904. Como se percebe, Landell não deu início somente às transmissões de rádio, mas é importantíssimo para o desenvolvimento de aparelhos de comunicação que seriam impensáveis até então, ou, que ainda não tinham sido divulgados

O seu legado...

Landell é por diversas vezes posto no ostracismo em virtude do nome e da importância de Roquete Pinto quando se trata em falar sobre rádio no Brasil. Mas a verdade é que se não fosse por ele, talvez diversos experimentos que nós conhecemos hoje pudessem não existir. É claro que na época diversas pessoas pesquisavam e procuravam entender novas formas de aprimorar a comunicação, mas para nós, Brasileiros é importantíssimo reconhecermos que pessoas do calibre dele foram decisivas para que isso acontecesse.

O padre Gaúcho nos deixa diversas lições. Uma delas é que a necessidade de se comunicar sempre esteve inerente ao espírito humano não importa aonde houvesse um. Em um futuro onde a digitalização do som se torna uma questão de sobrevivência às emissoras, vale a pena voltar atrás e conhecer que pioneiros como Landell deram o primeiro passo para que novas formas de interação pudessem ser realizadas.

terça-feira, 22 de março de 2011

No caminho do Operador Multi-Task nas emissoras de Rádio

Já escrevi sobre esse novo “perfil” exigido pelas empresas de comunicação para o profissional. Se você ainda não conhece, vamos a uma explicação com brevidade. O profissional multi-task é o profissional multi-tarefa. Aquele que conhece, manipula, coordena as ferramentas digitais a fim de dinamizar o trabalho nas mais diversas plataformas, dando não só agilidade mais eficiência na produção de informação além de se pôr a frente da concorrência tendo no seu corpo de profissionais, pessoas com essa qualidade.

A sobrecarga do profissional é grande visto que essas exigências na certa esbarram na condição física, psicológica e financeira dos profissionais para que ele possa usufruir melhor dessa necessidade. No Brasil, tradicionalmente, a busca por melhores profissionais e a concorrência entre os iguais nas companhias produzem aberrações constantes nos ambientes de trabalho, chegando por vezes a ocorrerem abusos freqüentes.

Abusos tais como, manipular as mídias digitais, produzir conteúdos em plataformas online, impressa, televisiva e rádio, conhecer parâmetros de edição, dominar por vezes elementos que compõe conhecimentos em T.I. Enfim, são apenas alguns dos exemplos que formam o novo operador de comunicação disponível no mercado.

Não fosse somente essas atitudes, o profissional, por vezes jornalista, ou radialista ou áreas correlatas precisam cuidar de sua posição, pois podem ser realocados ou substituídos por outras pessoas sem conhecimento técnico específico. Graças à horizontalização da informação, a produção de conteúdo que trouxe a democratização também pode trazer um problema à formação profissional, algo que já vem acontecendo.

A lógica do capital infelizmente é mais imperativa. Pois ao passo que as empresas exigem do profissional não estão oferecendo recursos para que esse tipo de treinamento e capacitação ocorra, sobretudo nas empresas de comunicação radiofônica. Com a atualização tecnológica chegando aos poucos nas emissoras de rádio no país, vemos que aos poucos esse tipo de exigência vem chegando e transformando as redações das rádios no país.

O futuro, não é tão estarrecedor se na certa medidas forem dispostas. Entre elas uma melhor capacitação do profissional ainda nas faculdades, o preparo do estudante para atender as demandas do mercado além de necessário é uma forma de preparar o estudante para as adversidades que enfrentarão muitas faculdades Brasil afora precisa rever seus programas de matérias, pois a defasagem prejudica não só os alunos, como também a instituição.

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sexta-feira, 4 de março de 2011

Rádio e Mídia Sonora: É tudo a mesma coisa?

Depois de 02 semanas fora da web, do trabalho e das atividades e passando um merecido descanso com minha namorada. E, como a cidadã tanto quanto eu. É uma pesquisadora e aficionada por rádio. Uma dúvida nos veio subitamente à cabeça. Nós podemos dizer que uma Mídia Sonora pode ser considerada rádio?

Tudo começou porque em voltas com a discussão sobre as Novas Tecnologias e seu impacto no rádio contemporâneo nós entendemos que as mudanças trazidas pelo advento dessas TICS desenharam um caminho perpendicular a história do rádio. Alias como o professor Medtisch (1997) disse em um de seus artigos: “O rádio não é atrasado tecnologicamente, só veio primeiro”.

Mas a razão principal de minha dúvida é quanto à função que novos elementos ou novos produtos sonoros podem ser reconhecidos como tal. Uma discussão parecida foi a que se sucedeu há alguns anos quando muitos questionaram a razão de ser de uma emissora de rádio (web), por exemplo, em que sua programação fosse musical 24hs por dia. Nisso, parecemos concordar que uma “playlist” não pode ser considerada uma emissora de rádio propriamente dita.

E quanto ao Podcast? Esse se tornou o principal foco de nossas discussões. O recurso que se popularizou, sobretudo nos portais de notícia nos deu pano para manga, embora muitos considerem que o podcast seja só uma vertente do rádio. Faço algumas ressalvas quanto à esse tipo de crença por 02 razões.

·         O Podcast é uma espécie de blog sonoro que geralmente costuma noticiar um fato ou uma opinião do interlocutor sobre determinado tema
·         O Podcast só existe no meio digital, ainda que não seja impedido a sua existência no meio analógico. Ele se distância do fato noticioso (embora possa ocorrer) vindo quase sempre como uma crítica sobre X assunto. Costumeiramente relacionado a alguma notícia do Portal, ou do Blog.

Lógico, essa é só uma visão muito particular. Ainda que não tenha penetrado mais profundamente no tema. Vejo um pano para explicações mais pertinentes aqui. Afinal: O Rádio é uma Mídia Sonora, mas nem toda Mídia sonora pode ser considerada Rádio.