sábado, 25 de dezembro de 2010

Webrádio: A Nova "Rádio-Pirata"?

Muitos vão com certeza me jogar pedras por conta deste título. Já que algumas pessoas ainda possuem uma visão muito deturpada sobre o papel que a rádio-pirata possui e possuía até alguns anos, antes do advento da Internet era possível, sobretudo ouvir as rádios piratas em ambientes urbanos, atrapalhando o sinal das emissoras comerciais e, por vezes causando estragos nas telecomunicações.

Isso acontecia porque essas emissoras utilizavam um espectro de sinal da mesma freqüência que essas emissoras, ou posições de rádioescutas, e qualquer transferência via-rádio (comunicação de aviões, polícia). As rádios-piratas ainda existem, mas não com a mesma expressividade do que durante os anos 80 e meados dos anos 90 onde era comum que essas rádios surgissem em favelas, quase sempre tendo a vistoria da polícia embargando.

Culturalmente as pessoas ainda tendem a enxergar a palavra “pirata” como errado, fora da ordem legal como algo pejorativo. Mas no caso de boa parte dessas emissoras não era bem assim. As emissoras piratas buscavam encontrar um diálogo comum na região em que elas estavam. Entendendo o problema da população, prestando um serviço à comunidade criando uma voz onde o estado não se tornava presente.


O termo "Rádio Pirata" é ainda mal visto pela Sociedade

Mas vamos à algumas explicações. O termo Rádio-pirata é bem curioso. Surgiu em meados da década de 60 quando um grupo de jovens ingleses começou a irradiar transmissões na banda FM de um navio. Sua seleção musical era baseada em movimentos de contracultura, completamente destoante do que era veiculado pelas emissoras do território Britânico. Qual foi a causa disso tudo? O governo Inglês expandiu os limites de milhas náuticas e acabou prendendo esse grupo de jovens. Na época a comoção foi tão grande que fez com que diversas pessoas passassem a realizar transmissões não-oficiais de dentro do território Inglês.

A nomenclatura pelo visto pegou e apesar de não termos informações de rádios transmitidas em alto-mar no Brasil, As Rádios-Piratas floresceram, mas em tempos de novas tecnologias. Seu índice de penetração veio reduzindo. Fica difícil disputar espaço com transmissões em faixas de rádios AM, FM, OM, linhas de celulares, conexões 3G e afins. Essas emissoras também encontraram forte resistência legal, o que fez com que muitas dessas emissoras substituíssem o termo e sua função para se adequarem às rádios comunitárias.

Agora a plataforma digital oferece um território livre, sem concessões e que não pára de crescer. A Internet com certeza abriu um caminho sem volta para a propagação e difusão de diversos conteúdos, e o rádio não seria diferente. A liberdade com que cada qual pode veicular essa informação sob a ótica de abordar qualquer tema, desde político-partidário até receitas de culinária, é o que proporciona essa democratização.

Em tempo, As webradios não poderiam ser tachadas de rádios-piratas, nem pela origem do termo nem tampouco pela sua posição. Ainda que, pela legislação, uma rádio-pirata seja a emissora que não possua concessão governamental. Mas a evolução tecnológica nos força a rever esse conceito. Hoje a comunicação não encontra barreiras para a sua proliferação e a esfera pública digital abarca a todas essas produções. "até mesmo uma rádio pirata que deseja aderir ao sistema digital".

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