Tradicionalmente, conhecemos o radialista como um profissional que nos reporta notícias no rádio. Em geral, esses profissionais são jornalistas (ou não) e com a ajuda de inúmeros outros, nos transportam para o mundo da informação sem que haja nenhum outro tipo de recurso visual. O que segundo o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Eduardo Meditsch, faz do rádio uma espécie de "Teatro para cegos".
O radiojornalista de ontem, não deve e nem pode mais ser o radiojornalista de hoje. Ontem, esse profissional era um emissário de notícias, era ele quem detinha a autoridade da informação e a veracidade desta informação lhe colocando uma responsabilidade absurda em suas costas. Para ter certeza disso, basta lembrar-se de Orson Welles que em 1938 pôs pânico em Nova Iorque dizendo que alienígenas estariam invadindo a terra, durante o programa Guerra dos Mundos?!
Passados quase 70 anos as mudanças são nítidas. A começar pelo cenário de trabalho. As mesas de som e microfone ainda estão lá, mas hoje fazem companhia com certeza aos Notebooks, Smartphones e Webcams. O rádio hoje deixou de ser apenas falado, ele também pode ser visto, o que amplia sua possibilidade de interação muito maior com os ouvintes. Não se trata de ver o som, mas de testemunhar o que ocorre nas redações de radiojornalismo de diversas emissoras.
Voltando à questão das tecnologias que circulam o profissional, é inevitável para o novo radialista saber lidar com boa parte dos gadgets e dispositivos que facilitam a comunicação. Os celulares 3G, as redes sociais virtuais (esta última passa também a fazer parte de seu público), os programas de conversa. Se o profissional de hoje não se habituar às tecnologias da informação e da comunicação, ele pára no tempo.
Além de se preocupar com isso, há ainda outro agravante: Hoje, o rádio se remodelou. Não está só nas mãos dos grandes conglomerados midiáticos. Os inúmeros podcasts que circulam nas páginas da Web são um pequeno exemplo do que está para acontecer e já vem acontecendo. A informação está aos poucos trocando de mãos. Hoje, um cidadão comum tem condição de abrir uma rádioweb em sua casa e veicular informação. Se cair no gosto, do público, sua penetração entre seus amigos e afins extrapola os limites sequer imaginados.
Não quer dizer que isso vá ameaçar consideravelmente o trabalho do jornalista radialista. Muito pelo contrário. Só reforça a necessidade deste profissional se adequar a realidade, onde a convergência tecnológica se torna a mola propulsora para mudanças ainda mais profundas, não somente nas redações, mas na forma como o rádio passa e passará a ser encarado nos próximos anos.
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