sábado, 11 de dezembro de 2010

Ainda existe a figura do “Receptor” com a Convergência Tecnológica?

Se a máxima da boa moral nos diz que em discussão de casal, não se deve meter o bedelho, estou abrindo o espaço para o público neste aqui (embora talvez não se chegue a um acordo). Pois bem, então eis que por conta do meu último post, minha namorada e eu discutimos (dois pesquisadores Nerds possuem egos altíssimos) "harmoniosamente", diga-se de passagem, sobre o papel do receptor no contexto da convergência tecnológica.

Vamos entender aqui o conceito de Convergência Tecnológica, nesse post vou usar alguns autores conhecidos. Genericamente é a união dos meios tecnológicos produzindo o que é conhecido como multimidialidade. Segundo JENKINS, a convergência não abrange somente a união de conglomerados midiáticos com grandes empresas e diversos negócios, ela vai bem mais além.

Para SALAVERRIA - A convergência tecnológica é vista sobre o prisma da comunicação jornalística e esta deve respeito seguindo alguns princípios básicos: A convergência nas Organizações Jornalísticas, Nas Redações Jornalísticas e na prática da produção jornalística.

Salaverría é um dos grandes estudiosos do gênero, sobretudo quando indaga-se ao fato de questionar os efeitos da convergência no trabalho do jornalista e o prejuízo dado para quem consome (o internauta, por exemplo). Dessa forma, entender de que forma os efeitos da convergência se traduzem num produto de boa ou má qualidade se torna importante quando se busca analisar o contexto da convergência no trabalho dos profissionais de comunicação hoje em dia.

Mas então o que essas explicações têm a ver com o receptor? Partiremos do princípio de que, com o ciberespaço a hipermídia aglutina os papéis. Não se existe mais o emissário. (o que emite as informações aquele que é o dono dos meios de produção do conteúdo), nem o "receptor" (aquele que consome essa informação sem contestá-la). O ciberespaço tornou o que era isolado, um híbrido entre o emissor e o receptor.

Contudo particularmente ressalto as minhas considerações: Por quê? Não sou adepto de generalizações, pois quase sempre podemos ser induzidos ao erro. O receptor inserido no ciberespaço passa de mero coadjuvante à pró-ativo. A produção de conteúdo não se restringe ao "detentor" do conteúdo, a convergência possibilita a difusão da informação e com ela o receptor e emissor como disse acima, se aglutinaram, Mas não podemos dizer que ela é extensiva à todos que adentram o ciberespaço.

A produção de conteúdo limita-se ao seu produtor, ainda que seja possível a manipulação de ferramentas interpostas pela hipermídia nem todos trabalham o conteúdo dessa forma, Aliás, não chegamos nem mesmo a maioria. Na verdade o ciberespaço está cheio de "voyeurs" que simplesmente olham, observam, interiorizam, não curtem, comentam, e nem compartilham.

Mas e quanto a você? Concorda ou Discorda?

Links Relacionados:
A Convergência Tecnológica e a Interatividade na Televisão

2 comentários:

  1. Tema muito interessante. Mas a resposta, penso eu, ainda é uma incógnita pelo fato de que, como você bem observou, boa parte dos internautas (os receptores mais em voga no momento) ainda limitarem suas ações na net à redes sociais e bate-papos on-line. Mas creio que um ponto chave para discutir o papel do receptor é avaliar a forma da distribuição de conteúdo na internet. Hoje não se vislumbra mais a verticalização da notícia, por exemplo. Informação é distribuída, mas há uma crescente horizontalização nesse 'espalhar' dos informes. Ainda é algo em construção constante. Mas o receptor tem cada vez mais 'poder' em termos de receber, processar e devolver o que bem lhe aprouver. Enfim, o receptor é um 'mutante' atualmente hehehe. É isso... abçs

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  2. Com certeza, Anderson... E a princípio.. é importante que isso aconteça. A horizontalização propicia o que eu considero como democratização da informação. dar diferentes voezes ao conteúdo na certa favorece a disseminação da informação e melhor acúmulo do conhecimento

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