Quem costuma ter em mente, a imagem de que a rádio comunitária só tem a função de prestar um serviço público à comunidade a que ela se reporta, pode não conhecer bem a realidade destas emissoras. Que é fato que diversas destas emissoras se utilizam por vezes da publicidade para financiar seus custos não é novidade para ninguém, ainda que elas recebam ajuda do governo para se manterem.
Ajuda em parte, a verdade é que por lei, o financiamento através da publicidade direta é proibido pela concessão das rádios comunitárias, a menos que ela venha mascarada pelo codinome de "apoio cultural". A subjetividade do 'apoio' abre brecha pra que ela atue de diversas formas e com razão, a realidade de muitas rádios comunitárias no Brasil beira o caos completo, com equipamentos antigos em algumas regiões afastadas do País.
A Rádio Comunitária precisa se re-inventar. |
O ABRAÇO (Associação Brasileira de Rádios Comunitárias) é uma entidade criada há pouco tempo a fim de buscar uma união entre as emissoras que por vezes ressoam como vozes no vazio. Por conta de sua obrigatoriedade governamental e sua função também educativa. Muitas emissoras comunitárias ficam desamparadas inclusive com a carência de profissional (muitas vivem do trabalho voluntário) e, quase sempre, se destinam a função de catequese, pois muitas possuem organização por membros de igreja.
Diversas emissoras atuam nas capitais do país e não é estranho disputar audiência com diversas rádios comerciais por conta de sua programação e elo de identidade, afinal, o seu vizinho que transmite para o mesmo bairro aonde você mora garante tanta credibilidade quanto outro locutor, mas a proximidade o torna 'íntimo' e essa facilidade favorece à radio comunitária quando se busca falar em conteúdo e identidade. Ainda que, a maioria das emissoras de rádio comunitárias se localizem nos Interiores do que nas capitais.
Em tempos de Novas Tecnologias, a Emissora Comunitária também precisa manter-se antenada com as implicações que essas tecnologias trarão para a rádio e para os ouvintes. A Internet ainda é relutante em adentrar profundamente no ritmo comportamental de boa parte das emissoras de rádio do país, muito mais por conta do aspecto cultural de seus locutores e de seus colaboradores do que por disponibilidade.
O fato de boa parte delas se situarem em zonas rurais e algumas afastadas também dificulta o acesso a essas tecnologias, Não só falando da Internet, mas também dos efeitos do ciberespaço, da hipermídia e afins.
Quer dizer que todas as rádios comunitárias não estão inseridas quando se trata em tecnologias? Seria leviano constatar isso, mas felizmente diversas emissoras vêm descobrindo que aliar a função de serviço público e tecnologia podem garantir uma boa qualidade de sua programação e também garantir um grande público. Um exemplo eficiente disso é o caso da rádio A Comunitária, da cidade de Frederico Westphalen, no RS.
Utilizando-se de Tecnologias e de suas ferramentas, inclusive presença em redes sociais, a rádio oferece uma programação diversificada, de acordo com o comportamento de seus ouvintes além de oferecer um conteúdo didático e de qualidade, atingindo facilmente públicos da região norte do RS e Sudoeste Catarinense.
O exemplo da Comunitária deve servir de estímulo às outras emissoras do gênero. É imprescindível aliar o trabalho das emissoras com as novas tecnologias. A função de serviço público que ela precisa ofertar consegue ser mais bem desenvolvida e melhor aproveitada, conduzindo a formação de cidadãos mais informados e exigentes.
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