domingo, 30 de janeiro de 2011

O ensino de Novas Tecnologias e Mídia Sonora em Sergipe.

O menor estado Brasileiro abriga uma das populações mais ávidas por consumo em rádio. Em 2005, uma pesquisa realizada pela Associação de Radialistas locais, revelou que mais de 83% dos cidadãos de Sergipe ouviam rádio mais de uma vez durante a semana, em alguns locais do Estado, o percentual batia quase os 90%, demonstrando um alto índice de aceitação do público local.

Durante a realização de minha monografia e minhas andanças em busca de entrevistas sobre o rádio de Aracaju, percebi como isso é verdadeiro, todas as manhãs, no trânsito, ônibus, celulares, em casa. As pessoas, mesmo na capital possuem um elo muito forte com o rádio e utilizam-no muitas vezes como fonte principal de informação durante o dia.

O ensino de rádio em SE
não contempla as Tecnologias

Aracaju, capital do Estado, abriga boa parte das rádios do Estado. Sergipe não apresenta uma dimensão territorial de grandes proporções o que facilita na irradiação de seus sinais para diversos locais do Estado e até fora dele, caso da Liberdade FM que por ter uma das maiores torres de Transmissão de Sergipe, algumas cidades do interior de Alagoas e da Bahia conseguem receber seu sinal. Contando as AM, FM e Webradios, só Aracaju hoje, possui perto de 24 emissoras de rádio.

Um número considerável se analisarmos que a cidade de Aracaju não chega a 600 mil habitantes e sua região metropolitana ainda beiram os 860 mil, conforme análises do IBGE de 2010. Sendo assim, seria de imaginarmos uma preocupação maior por parte das instituições de ensino superior quando o assunto é rádio, não é?

Infelizmente não é bem isso que acontece, uma vez disse à alguns amigos que o ensino de rádio em Sergipe ainda utiliza a mídia sonora como se estivéssemos na década de 40 do século passado. Aulas sobre passado do rádio, presente do rádio, como criar um texto, uma crônica, realizar um programa e acabou.

Hoje, como venho demonstrando neste blog, o rádio já ultrapassou todas essas liame. Hoje falamos em hipermidialidade, já discutimos a questão da Infografia na mídia sonora, o efeito do rádio all news na população, a questão dos sistemas de convergência dos meios nas emissoras, o papel do radiojornalista como operador multi-tarefa dos meios, a produção de rádiojornalismo na era digital, os discursos pluri-participativos através das redes sociais, e mais recentemente algo que venho discutindo muito: O papel da Hiperlocalidade na Mídia Sonora.

Como se percebe, as duas principais academias de Jornalismo do Estado pecam enormemente em ainda prestar um papel de mero coadjuvante no ensino de mídia sonora. Ainda que todos nós reconheçamos que esse é um fenômeno que vem ocorrendo não só aqui, mas no Brasil - Fruto da demanda muito maior por jornalistas, não quer dizer que as entidades devem fechar os olhos para a realidade das tecnologias no dia-a-dia do cidadão.

Os próximos posts do Blog irão abordar algumas das rádios Sergipanas durante algumas pesquisas que vim desenvolvendo, espero que gostem.

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