quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Os 03 maiores desafios do Rádio Digital no Brasil

Como já havia dito em uma de minhas postagens neste blog, o rádio digital ainda padece de problemas para a sua efetivação no Brasil. A verdade é que os problemas são muito mais gerados pela ordem política do que pela viabilidade técnica em se instalar os padrões. Visto que a cúpula que controla parte das decisões sobre os caminhos da radiodifusão no Brasil exerce um lobby de grande influência no país.

Em geral, a Informação é vista como questão de segurança nacional. Haja vista sua valoração pela Constituição Federal de 1988. Não ponho aqui em questão os méritos que tornem a Informação uma questão de Estado. Mas é fundamental termos em mente que o desenvolvimento da tecnologia caminha sempre passos maiores do que o escopo jurídico consegue prever. Se há 20 anos caminhávamos com walkmans em uma década não precisamos sequer mais de CD's para ouvir o que quisermos.

Voltando à questão do Rádio digital, temos problemas, sobretudo quanto ao número de emissoras que atualmente estão cadastradas (sem contar às inúmeras que funcionam na ilegalidade) e, sim, nesse momento eu falo também das webradios. Pois como comentei no post abaixo, À luz da lei, só podemos considerar uma rádio legal quando está possui concessão do Estado. Caímos novamente na questão da evolução tecnológica estar anos-luz a frente de nossos legisladores
Muitos entraves impedem a implantação do HD Radio


Por conta disso, o rádio digital enfrenta desafios de grandes proporções para a sua efetivação, mas para tanto, vou resumi-los em 03 dos quais considero mais urgentes:

O debate sobre o sistema. Apesar de que já houve diversas conversas e encontros, o debate acerca da escolha dos padrões e da interferência que esses sistemas trarão ao dia-a-dia do Brasileiro é desconhecido por sua população, grande parte disso por conta do desinteresse e, também por conta da influência da Televisão que nesse caso, puxa o gancho muito mais forte para o seu lado do que para as emissoras. É necessário fortalecer os debates regionais, pois, o grande número de emissoras radiofônicas comunitárias ainda exerce força absurda dentro de diversas comunidades Brasil afora.

Entender o aspecto Multi-Étnico-Regional. As diferenças regionais e os costumes adotados por cada emissora nas diversas regiões do Brasil devem dar o tom sobre a forma como essa nova tecnologia será integrada. Ao contrário da Televisão que buscou adotar uma "identidade nacional" O rádio não precisou desse contrato, muito pelo contrário, o rádio cria um elo de identidade com seu público. Adotando os modos e costumes de cada região e com isso, esses valores podem indicar de que forma o modelo digital terá sucesso em sua sedimentação com o público.

Trabalhar integralmente com as outras Mídias. Enxergar o Rádio como um meio de comunicação isolado, onde a lógica do (Emissor --> receptor) vigora, não existe mais. O rádio aprendeu a trabalhar com a tecnologia, mas ainda há certa resistência em tornar esse trabalho em conjunto com as outras mídias, quanto maior for essa integração mais o rádio ganha em agilidade e a adoção de tecnologia só vem a tornar o trabalho destas emissoras muito mais dinâmicas e eficazes.

Agora é esperar e ver de que forma esses desafios e muitos outros poderão abrir caminho para o sucesso e a implantação do sistema digital no País.
Links Relacionados:

sábado, 25 de dezembro de 2010

Webrádio: A Nova "Rádio-Pirata"?

Muitos vão com certeza me jogar pedras por conta deste título. Já que algumas pessoas ainda possuem uma visão muito deturpada sobre o papel que a rádio-pirata possui e possuía até alguns anos, antes do advento da Internet era possível, sobretudo ouvir as rádios piratas em ambientes urbanos, atrapalhando o sinal das emissoras comerciais e, por vezes causando estragos nas telecomunicações.

Isso acontecia porque essas emissoras utilizavam um espectro de sinal da mesma freqüência que essas emissoras, ou posições de rádioescutas, e qualquer transferência via-rádio (comunicação de aviões, polícia). As rádios-piratas ainda existem, mas não com a mesma expressividade do que durante os anos 80 e meados dos anos 90 onde era comum que essas rádios surgissem em favelas, quase sempre tendo a vistoria da polícia embargando.

Culturalmente as pessoas ainda tendem a enxergar a palavra “pirata” como errado, fora da ordem legal como algo pejorativo. Mas no caso de boa parte dessas emissoras não era bem assim. As emissoras piratas buscavam encontrar um diálogo comum na região em que elas estavam. Entendendo o problema da população, prestando um serviço à comunidade criando uma voz onde o estado não se tornava presente.


O termo "Rádio Pirata" é ainda mal visto pela Sociedade

Mas vamos à algumas explicações. O termo Rádio-pirata é bem curioso. Surgiu em meados da década de 60 quando um grupo de jovens ingleses começou a irradiar transmissões na banda FM de um navio. Sua seleção musical era baseada em movimentos de contracultura, completamente destoante do que era veiculado pelas emissoras do território Britânico. Qual foi a causa disso tudo? O governo Inglês expandiu os limites de milhas náuticas e acabou prendendo esse grupo de jovens. Na época a comoção foi tão grande que fez com que diversas pessoas passassem a realizar transmissões não-oficiais de dentro do território Inglês.

A nomenclatura pelo visto pegou e apesar de não termos informações de rádios transmitidas em alto-mar no Brasil, As Rádios-Piratas floresceram, mas em tempos de novas tecnologias. Seu índice de penetração veio reduzindo. Fica difícil disputar espaço com transmissões em faixas de rádios AM, FM, OM, linhas de celulares, conexões 3G e afins. Essas emissoras também encontraram forte resistência legal, o que fez com que muitas dessas emissoras substituíssem o termo e sua função para se adequarem às rádios comunitárias.

Agora a plataforma digital oferece um território livre, sem concessões e que não pára de crescer. A Internet com certeza abriu um caminho sem volta para a propagação e difusão de diversos conteúdos, e o rádio não seria diferente. A liberdade com que cada qual pode veicular essa informação sob a ótica de abordar qualquer tema, desde político-partidário até receitas de culinária, é o que proporciona essa democratização.

Em tempo, As webradios não poderiam ser tachadas de rádios-piratas, nem pela origem do termo nem tampouco pela sua posição. Ainda que, pela legislação, uma rádio-pirata seja a emissora que não possua concessão governamental. Mas a evolução tecnológica nos força a rever esse conceito. Hoje a comunicação não encontra barreiras para a sua proliferação e a esfera pública digital abarca a todas essas produções. "até mesmo uma rádio pirata que deseja aderir ao sistema digital".

Links Relacionados:

sábado, 18 de dezembro de 2010

A Hipermídia e a Infografia no Rádio

O título pode parecer estranho. Afinal de contas, Infografia e Rádio, para muitas pessoas são como "água e óleo" não se misturam. Como um recurso que é meramente audiovisual (Infografia) pode co-existir dentro da mídia sonora? A verdade é que em tempos de hipermídia vários conceitos antes preestabelecidos não devem mais ser regra ao passo que o desenvolvimento tecnológico abre caminhos antes sequer imaginados.

Mas vamos ao início. A Infografia surgiu como forma de personalizar o conteúdo de maneira a facilitar a compreensão da informação pelo indivíduo. Grosso modo são representações audiovisuais acerca do conteúdo. Gráficos, Slideshows e afins. A Infografia se tornou um recurso amplamente difundido principalmente no Webjornalismo e por conta disso é muito mais fácil encontrá-los em uso para designar notícias. Um exemplo recente e que todos devem se lembrar é quanto ao vôo 447 da Air-France em 2009, feito pelo G1.

Quando propus que a Infografia existe por conta da hipermídia não estou sendo nem um tanto redundante. O ciberespaço promove mudanças e adaptações tecnológicas que nos forçam a adotar modelos e explorá-los a fim de diversificar as possibilidades de aquisição de conteúdo. Semelhante a uma revista que usa as fotos para as vezes explicar um fato, a Infografia faz da mesma forma com a diferença em que o internauta é capaz de interagir, seguindo a animação ou os dados explicados, por exemplo.

Unir a Infografia e o Rádio na verdade não é das tarefas mais árduas. A professora do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Débora Lopez encarou um estudo fascinante em que se pôs a estudar os aspectos infográficos no site de uma Rádio Francesa.em que, a hipermidia e a infografia são explorados minuciosamente para a oferta de conteúdo multimidiático.

É preciso desvencilhar antigas crenças e ampliar as possibilidades tanto dentro da academia quanto no mercado. O que venho defendendo nesse site é a necessidade cada vez mais urgente de se construir novas linguagens no ensino de rádio na academia ao passo que precisa produzir ao jornalista "multitarefa" a capacidade de trabalhar com diversas plataformas de forma inteligente e simples.

Links Relacionados
Infografia Multimídia: Um modelo narrativo para o Webjornalismo

sábado, 11 de dezembro de 2010

Ainda existe a figura do “Receptor” com a Convergência Tecnológica?

Se a máxima da boa moral nos diz que em discussão de casal, não se deve meter o bedelho, estou abrindo o espaço para o público neste aqui (embora talvez não se chegue a um acordo). Pois bem, então eis que por conta do meu último post, minha namorada e eu discutimos (dois pesquisadores Nerds possuem egos altíssimos) "harmoniosamente", diga-se de passagem, sobre o papel do receptor no contexto da convergência tecnológica.

Vamos entender aqui o conceito de Convergência Tecnológica, nesse post vou usar alguns autores conhecidos. Genericamente é a união dos meios tecnológicos produzindo o que é conhecido como multimidialidade. Segundo JENKINS, a convergência não abrange somente a união de conglomerados midiáticos com grandes empresas e diversos negócios, ela vai bem mais além.

Para SALAVERRIA - A convergência tecnológica é vista sobre o prisma da comunicação jornalística e esta deve respeito seguindo alguns princípios básicos: A convergência nas Organizações Jornalísticas, Nas Redações Jornalísticas e na prática da produção jornalística.

Salaverría é um dos grandes estudiosos do gênero, sobretudo quando indaga-se ao fato de questionar os efeitos da convergência no trabalho do jornalista e o prejuízo dado para quem consome (o internauta, por exemplo). Dessa forma, entender de que forma os efeitos da convergência se traduzem num produto de boa ou má qualidade se torna importante quando se busca analisar o contexto da convergência no trabalho dos profissionais de comunicação hoje em dia.

Mas então o que essas explicações têm a ver com o receptor? Partiremos do princípio de que, com o ciberespaço a hipermídia aglutina os papéis. Não se existe mais o emissário. (o que emite as informações aquele que é o dono dos meios de produção do conteúdo), nem o "receptor" (aquele que consome essa informação sem contestá-la). O ciberespaço tornou o que era isolado, um híbrido entre o emissor e o receptor.

Contudo particularmente ressalto as minhas considerações: Por quê? Não sou adepto de generalizações, pois quase sempre podemos ser induzidos ao erro. O receptor inserido no ciberespaço passa de mero coadjuvante à pró-ativo. A produção de conteúdo não se restringe ao "detentor" do conteúdo, a convergência possibilita a difusão da informação e com ela o receptor e emissor como disse acima, se aglutinaram, Mas não podemos dizer que ela é extensiva à todos que adentram o ciberespaço.

A produção de conteúdo limita-se ao seu produtor, ainda que seja possível a manipulação de ferramentas interpostas pela hipermídia nem todos trabalham o conteúdo dessa forma, Aliás, não chegamos nem mesmo a maioria. Na verdade o ciberespaço está cheio de "voyeurs" que simplesmente olham, observam, interiorizam, não curtem, comentam, e nem compartilham.

Mas e quanto a você? Concorda ou Discorda?

Links Relacionados:
A Convergência Tecnológica e a Interatividade na Televisão

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O rádio Hipermidiático

Estamos acostumados a ouvir rádio, mas sequer imaginamos que existem diversas maneiras de interagir com ele. Claro, o rádio sempre esteve na vanguarda entre os meios de comunicação onde a interatividade é mais presente entre os meios de comunicação mais tradicionais (lê-se aqui, a mídia impressa e a televisão). Mas a chegada da Internet trouxe um novo papel para todas essas mídias elas não devem mais se enclausurar e sim, abrir espaço para os participantes.

No contexto geral, estamos falando aqui de Interatividade não somente aquela em que se fala ao telefone ou acessa o site e participa de enquete. O conceito de interação ultrapassa somente essas qualidades. As novas mídias hoje (algo que não sou muito adepto visto que as linguagens para essas "novas mídias" ainda não existem, apenas fortalecem as linguagens das mídias tradicionais) trabalham com o que se convencionou chamar Hipermídia

Mas o que seria a hipermídia? Em linhas gerais, é quando se trabalha conteúdos audiovisuais, imagens, textos, sons simultaneamente. Trabalhar o conteúdo de diversas formas implica em um desafio para que se possa definir de maneira precisa a atuação da hipermídia na sociedade da Informação porque essa pluralidade de formas exige máxima concentração do receptor. Quando trabalhamos conteúdos idênticos as formas como estes se apresentam, sejam por imagens ou por som, podem facilmente dificultar a aquisição de conteúdo do mesmo.

A hipermídia corrobora com nosso processo de aprendizado dentro das mídias digitais. Sem elas não teríamos acesso a essa pluralidade de conteúdo, hoje é por conta dela que podemos facilmente criar, compartilhar, curtir um conteúdo. O mais interessante - o papel principal cabe ao usuário. Pois é ele quem dita a forma como este conteúdo será absorvido e trabalhado criando dessa forma, uma esfera de interação que antes não poderia ser imaginado.

E ela se amplia a todos os meios de comunicação. Inclusive ao rádio. Sempre delegamos o papel ao rádio somente de ouvir, mas não é verdade. Hoje conforme foi dito em algumas postagens anteriores, o rádio não precisa ser somente escutado. Pode-se interagir, ver, trocar conteúdos, ampliar os limites da interação e é graças às hipermídia que os meios de comunicação tradicionais podem encontrar não somente uma sobrevida, mas um meio de descobrirem uma linguagem hibrida entre o tradicional e o digital.
Links Relacionados:

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Projeto cria aplicativos para TV digital no Maranhão.

Um projeto pioneiro desenvolvido pelos estudantes do curso de comunicação social em conjunto com os estudantes do curso de computação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) promete ampliar a interação entre os telespectadores e os aparelhos de TV Digital, através de comandos simples pelo controle remoto.

Segundo Gustavo Rodrigues, estudante do 7° período do curso de Comunicação da UFMA, a idéia do projeto cabe aos estudantes de Comunicação: “O projeto é coordenado pelo professor Carlos Salles do Departamento de Computação, os estudantes de comunicação têm a idéia dos aplicativos e os de computação vão executar criando softwares para o desenvolvimento dessas ferramentas”, explica.

Rodrigues explica que o aplicativo é um complemento desenvolvido para a TV digital visando atender 03 atributos – Interação, Informação e Capacidade de Adequação. Os aplicativos desenvolvidos nessa fase inicial são: o (i); o (@); o (#) e o ($), sendo que cada um desses aplicativos correspondem á uma funcionalidade com uma cor que os distingue.

Por exemplo, o (i) é o ícone de informação, com ele o telespectador poderia obter informações diretas sobre o programa a que está assistindo de forma mais simplificada, ampliando a possibilidade de interação. “Os aplicativos são voltados para a TV digital, pois, como esta significa uma convergência de mídias, creio que a integração dessas diversas mídias mais a inclusão digital facilitará a navegação”.

A pesquisa ainda está em fase experimental, mas é possível sua implantação: “Primeiramente, será verificada seu potencial utilitário e depois a sua viabilidade econômica”, ressalta Gustavo.

Mais informações sobre o projeto pode ser vista neste site.
Links Relacionados:

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Velho e o Novo Radiojornalista.

Tradicionalmente, conhecemos o radialista como um profissional que nos reporta notícias no rádio. Em geral, esses profissionais são jornalistas (ou não) e com a ajuda de inúmeros outros, nos transportam para o mundo da informação sem que haja nenhum outro tipo de recurso visual. O que segundo o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Eduardo Meditsch, faz do rádio uma espécie de "Teatro para cegos".

O radiojornalista de ontem, não deve e nem pode mais ser o radiojornalista de hoje. Ontem, esse profissional era um emissário de notícias, era ele quem detinha a autoridade da informação e a veracidade desta informação lhe colocando uma responsabilidade absurda em suas costas. Para ter certeza disso, basta lembrar-se de Orson Welles que em 1938 pôs pânico em Nova Iorque dizendo que alienígenas estariam invadindo a terra, durante o programa Guerra dos Mundos?!

Passados quase 70 anos as mudanças são nítidas. A começar pelo cenário de trabalho. As mesas de som e microfone ainda estão lá, mas hoje fazem companhia com certeza aos Notebooks, Smartphones e Webcams. O rádio hoje deixou de ser apenas falado, ele também pode ser visto, o que amplia sua possibilidade de interação muito maior com os ouvintes. Não se trata de ver o som, mas de testemunhar o que ocorre nas redações de radiojornalismo de diversas emissoras.

Voltando à questão das tecnologias que circulam o profissional, é inevitável para o novo radialista saber lidar com boa parte dos gadgets e dispositivos que facilitam a comunicação. Os celulares 3G, as redes sociais virtuais (esta última passa também a fazer parte de seu público), os programas de conversa. Se o profissional de hoje não se habituar às tecnologias da informação e da comunicação, ele pára no tempo.

Além de se preocupar com isso, há ainda outro agravante: Hoje, o rádio se remodelou. Não está só nas mãos dos grandes conglomerados midiáticos. Os inúmeros podcasts que circulam nas páginas da Web são um pequeno exemplo do que está para acontecer e já vem acontecendo. A informação está aos poucos trocando de mãos. Hoje, um cidadão comum tem condição de abrir uma rádioweb em sua casa e veicular informação. Se cair no gosto, do público, sua penetração entre seus amigos e afins extrapola os limites sequer imaginados.

Não quer dizer que isso vá ameaçar consideravelmente o trabalho do jornalista radialista. Muito pelo contrário. Só reforça a necessidade deste profissional se adequar a realidade, onde a convergência tecnológica se torna a mola propulsora para mudanças ainda mais profundas, não somente nas redações, mas na forma como o rádio passa e passará a ser encarado nos próximos anos.
Links Relacionados:

domingo, 28 de novembro de 2010

Webrádio: O rádio do futuro?!

Se é possível dizer um dos vários benefícios que a política de democratização da comunicação trás ao cidadão é a possibilidade de que este participe ativamente nao só de discussões que possam corroborar com uma melhoria na produção de conteúdo, mas também da produção de conteúdo sendo ele mesmo receptor e a gente de produtos midiáticos de maneira muito mais efetiva, ainda mais com a Internet

Nessa escala sites e ferramentas como as Redes Sociais e sites como o Youtube e o Vimeo se tornaram freqüentes entre os internautas se aliarmos à isso a conexão banda larga, temos uma possibilidade de produção e disseminação de conteúdo muito maior. Hoje, os blogs, videoblogs e podcasts se tornaram ferramentas usuais para os profissionais de comunicação e de outras áreas, mas aqui vamos tecer certos comentários em especial para a produção de um tipo de comunicação que ganhou destaque nos últimos anos: A webradio

Umas das mais importantes pesquisadoras sobre o gênero no país, professora Nair Prata, acaba de publicar o Livro: Webrádio: Novos gêneros, Novas formas de Interação Fruto de um trabalho desenvolvido de longo prazo. é interessante notar a evolução que a webrádio assumiu nao só no mundo, mas também no Brasil, agregando diversos públicos.. Como o custo de se montar uma webradio é muito mais barato do que uma rádio convencional, elas não param de surgir.

Sem contar que ainda não há necessidade de regulação por parte do governo, o que facilita ainda mais. Quem possui uma boa conexão, e deseja se aventurar, basta um pouco de conhecimento técnico e inserir sua webrádio para deleite de amigos e desconhecidos. Mas isso nao é só o mais importante, é preciso olhar para a webrádio com olhos muito mais sensíveis do que parece.

A sociedade digital acompanha a informação de forma instantânea, o rádio precisou acompanhar esta evolução de seu público e de rever a sua forma de produção,o que vem transformando sensivelmente a produção de conteúdo nao só no rádio convencional mas no webrádio. Hoje, as plataformas mo´vies, hiperlinks e dispositivos que outrora serviam somente ao jornalismo na rede, servem e muito ao rádio. Afinal, como disse a professora Nair Prata, "O rádio ainda precisa saber se ele é o mesmo" após tantas tecnologias.

E para o futuro? há mais perguntas do que respostas, mas uma coisa nos parece certa: A webrádio está só no início e cada vez mais vamos assistir a participação de novos atores sociais envolvidos nessa esféra tecnológica fazendo do rádio uma figura muito mais presente em nossas vidas do que nós últimos anos.

Links relacionados:

Web Rádio, Sem fronteiras
O que é Webrádio
O futuro do Rádio no Cenário da Convergência...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Rádio Digital no Brasil: Problemas e Soluções

Em praticamente 10 anos de buscas, pesquisas e informações o Brasil avançou muito pouco no cenário mundial da radiodifusão digital. O atraso tecnológico não seria de nenhum modo compreensível quando hoje, os investimentos para sua principal concorrente, a Televisão estão na cifra dos bilhões de reais, mostrando o interesse muito maior por parte dos empresários em detrimento do rádio.

O mercado radiofônico brasileiro bate a casa das três mil rádios devidamente cadastradas, isso sem contar àquelas que operam na ilegalidade. Por baixo, há aí público estimado em mais de 140 milhões de Brasileiros que escutam rádio rotineiramente. Segundo o IBGE (2007), o Rádio ainda é o 2° eletrodoméstico mais comum na casa dos brasileiros (88,9%) atrás da televisão (94%). Contudo, quando se trata em confiança na informação, a constatação muda de figura.

Em 2009 uma agência de publicidade, a PROPEG, realizou uma pesquisa que mostrou que 73% dos Brasileiros afirmaram que o rádio é a mídia com o maior índice de satisfação. Ainda assim, outros índices mostram como a penetração do rádio na sociedade Brasileira vem se diversificando e se intensificando.

O número de ouvintes aumentou em 44% nos últimos 05 anos reforçando a credibilidade desta mídia. Como esses valores demonstram um nível respeitável dentro da sociedade, a questão que paira no ar é devido ao atraso enorme quanto a definição do padrão digital que será escolhido para as transmissões no País.

Na verdade, a falta de conhecimento é grande, tanto para a população em geral quanto nas academias. O rádio não chega a ser um veículo com um grande número de livros no país. Quando se trata em rádio digital, boa parte dos conteúdos encontrados no país é obtida através de anais de congressos e publicações científicas esparsas.

Pesquisadores também são escassos, mas alguns brilhantes, tais como a Professora Nélia Del Bianco, da UNB e a Professora Nair Prata, da UNI-BH são alguns dos profissionais que se empenham em mostrar um pouco mais desse futuro que, como a professora Del Bianco explicou em seu artigo: “E Tudo vai mudar quando o Rádio Digital chegar”.

A principal questão para isso é quanto às faixas e tecnologias desenvolvidas. Os modelos atualmente existentes no mercado (Europeu, Japonês e Americano) apresentam características específicas dos mercados em que atuam. Dessa forma seria muito difícil, por exemplo, a aplicação do padrão Japonês de Rádio Digital, modelo este que é um dos mais avançados atualmente, que trabalha em conjunto com a TV Digital japonesa atuando numa faixa de mais de 2,5GHZ de velocidade.

Por conta do atraso tecnológico seria praticamente inviável a adoção do sistema japonês no Brasil. Restando apenas os padrões: Europeu e Americano para serem adotados como padrões a serem seguidos. Ainda em 2009, o então ministro das telecomunicações, Hélio Costa havia proposto para o fim daquele ano, a escolha do modelo de rádio digital. Costa deixou o cargo em março deste ano, mas deixou as bases para a criação do SBRD (Sistema Brasileiro de Rádio Digital) em uma portaria emitida pelo Ministério

De fato, ainda não aconteceu, porque o lobby envolvendo defensores do padrão IBOC (americano) foi muito maior, inclusive com o apoio do ex-ministro contra os modelos DAB e DRM (Europeus). Tanto que se pensou em utilizar uma mescla dos modelos para as diferentes porções populacionais Brasileiras. Visto que as regiões densamente povoadas do Brasil, a oferta de rádios é muito maior do que em regiões mais afastadas.

Um risco que poderia correr as operações em Rádio comunitárias, aonde as discussões para a escolha do sistema não chegaram com impacto na sociedade civil. O padrão IBOC exige o pagamento de franquia e aparelhagem que muitas rádios comunitárias não teriam como arcar e poderia correr sério risco de não mais serem ouvidas prejudicando essas comunidades isoladas.

Existe no momento, uma grande tentativa de se implantar o modelo DRM (Digital Radio Mondiale) que é até o momento o modelo mais democrático de Rádio Digital. Tendo sido elaborado pó um consórcio de vários países. O DRM pode resolver o problema por ser um modelo em que é possível aplicar pesquisas desenvolvidas no próprio País, adaptando a tecnologia desenvolvida e respeitando o mercado interno.

Por essas razões, é que se percebe como o atraso na divulgação das informações prejudica o conteúdo. O rádio ainda hoje pauta as informações das outras mídias e sua influência ainda é forte no Brasil. As mudanças que o rádio digital trará não ficam somente na melhoria do som para as ondas curtas e ondas médias, aquisição de arquivos e textos, mas num processo de democratização da informação muito maior e aprimorando ainda mais a interatividade entre o ouvinte e o rádio.

Links Relacionados:

Seção: Rádio e TV
2010, o ano da Rádio Digital no Brasil
Rádio Digital
Rádio Digital: Comissão de Tecnologia do Senado Federal

domingo, 21 de novembro de 2010

Rádio e Tecnologia

O post inicial deste blog vai abordar os caminhos das Novas Tecnologias e da Mídia Sonora. Como ambos fazem parte de meu cotidiano e também de grande maioria de minhas pesquisas ou "tentativa" ainda que no início de me considerar um pesquisador. Mas por que abordar as Novas Tecnologias e a Mídia Sonora como projeto para este blog?

As novas tecnologias (já não tão novas assim) ganharam atributos de indispensáveis em nosso dia-a-dia. Sequer imagino o trabalho sem meu celular, computador e acesso direto às principais redes sociais e portais de informações. Mas não porque o trabalho de um jornalista é de estar antenado a esses avanços. Engana-se quem acha que isso é um atributo somente dos profissionais de comunicação, hoje a realidade obriga a praticamente todas as searas do conhecimento a terem um contato senao mínimo, até mais íntimo com qualquer dos principais suportes tecnológicos. Mesmo porque, falar em Novas Tecnologias estamos utilizando um termo extremamente amplo, porém vou reduzir para as Novas Tecnologias aplicadas à Informação e a Comunicação (NTIC)

As Novas tecnologias da Informação têm seu propósito muito claro - dinamizar e facilitar o trabalho daqueles que com ela se relacionam. Se trazermos então todas as formas de benefícios que ela nos proporcionou tais como, acesso a conteúdos que nao possuíamos, capacidade de compartilhamento, movimentação social, etc. São uma pequena amostra do que o desenvolvimento.

Pesquisas sobre essa área de conhecimento se multiplicam, o que antes era restrito aos porões das universidades e da academia tornou-se algo mutante, em que numa sociedade em rede, o conteúdo é multimidiático e participativo (crowdsourcing) esse benefício não só potencializa a formação de conhecimento, pluraliza e diversifica as principais opiniões e teses sobre os objetos de pesquisa.

O que as Novas Tecnologias tem a ver com a Mídia Sonora? Tudo. Puxando sardinha para minha linha de pesquisa. Abraçei os estudos em Rádio e Novas Tecnologias pois ambos se fortalecem de uma qualidade muito especial - a fácil penetração nos mais diversos públicos. O rádio como papel de grande meio de comunicação de massa encontrou no advento das novas tecnologias uma sobrevida muito maior que antes dela.

Os espaços proporcionados pelos celulares, tablets, e pela Internet, ampliaram o antigo conceito de rádio que era defendido. A mídia sonora de ontem em nada pode ser equiparada com a de hoje e na certa seria até leviano fazer uma previsão dos caminhos que o Rádio poderá adotar com o incremento das novas tecnologias em seu benefício.

Dessa forma, o blog tem essa preocupação - Mostrar, Divulgar e Exibir informações sobre o Rádio e sobre as Novas Tecnologias em desenvolvimento. Trazendo mais discussões e formação de pesquisa no setor. O Brasil ainda é um país muito carente em pesquisas na área de rádio. Um contrasenso absurdo onde mais de 96% do terrítório nacional é coberto por ondas de transmissão, chegando mais além que a televisão.

Links:

Novas Tecnologias
O futuro do Rádio